quarta-feira, 24 de novembro de 2010

UM CONTO DE FADAS REALIZADO.

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A internet pode ser aquilo que você quiser: fonte de problemas, de informações, de alegria, de amor ou de inspiração. Como tudo o mais na vida, a grande rede não é boa nem má, é apenas aquilo que você faz dela. Há pessoas que aprendem novas línguas pela internet, enquanto há também as que aprendem a fabricar bombas caseiras. Existe quem se dedique a informar os melhores caminhos na vida em seus blogs e sites e há aqueles que se dedicam a infernizar a vida do seu próximo, veiculando negatividades de todo tipo. Enfim, não são as pessoas que postam conteúdos em suas páginas que o levam por este ou aquele caminho, e sim seus cliques mais ou menos sábios que irão proporcionar-lhe viagens mais ou menos felizes.

Eu tenho sido razoavelmente sábia nas minhas incursões pela rede e, por conta destas escolhas, tenho aprendido muito e compartilhado com gente do planeta inteiro assuntos que jamais teriam chegado até mim de outra forma. E isto é uma dádiva, não é mesmo? Um milagre moderno, eu diria.

Ontem recebi um e-mail com um PPS muito interessante, que me comoveu de verdade, um sopro de vento sobre as brasas agonizantes da minha fé na capacidade humana de amar verdadeiramente. Nele se conta a história de um garoto incomum que, movido por desejos incomuns, realizou uma tarefa também incomum, inspiradora e emocionante. Sem nenhum rótulo religioso ou político partidário, este rapaz fez, em poucos anos de vida, aquilo que milhões de nós jamais realizaremos ao longo de eras. Falo de Ryan Hreljac, o menino que tirou a sede de meio milhão de africanos

Ryan nasceu no Canadá em maio de 1991. Um dia, na escola, quando ele tinha apenas seis anos, sua professora falou à classe sobre como viviam as crianças na África. Profundamente comovido ao saber que algumas até morrem de sede porque não havia poços de onde tirar água, imediatamente comparou sua realidade, onde girar a torneira era suficiente para se fartar de água pura durante horas, com esta nova realidade que se lhe apresentava. E então Ryan perguntou quanto custaria para levar água a eles. A professora pensou um pouco e se lembrou de uma organização chamada WaterCan, dedicada ao tema, e lhe disse que um pequeno poço poderia custar cerca de 70 dólares.

Quando chegou a casa, Ryan foi direto falar com sua mãe, Susan, e lhe disse que necessitava de setenta dólares para comprar um poço para as crianças africanas. Sua mãe disse-lhe que ele deveria consegui-los e foi-lhe dando tarefas em casa, com as quais Ryan ganhava alguns dólares por semana. Ele finalmente reuniu os setenta dólares e pediu à sua mãe que o acompanhasse à sede da WaterCan para comprar seu poço para os meninos da África. Porém, ao ser atendido, Ryan foi informado de que o custo real da perfuração de um poço era de 2.000 dólares.

Susan deixou claro que ela não poderia lhe dar os 2.000 dólares, por mais que ele cortasse a grama e limpasse cristais durante toda a vida. Porém Ryan não se rendeu. Prometeu àquele homem que voltaria… e o fez. Contagiados por seu entusiasmo, todos se puseram a trabalhar: seus irmãos, vizinhos e amigos. Entre todo o bairro, conseguiram reunir 2.000 dólares trabalhando e Ryan voltou triunfante a WaterCan para pedir seu poço.

Em janeiro de 1999 foi perfurado um poço em uma vila ao norte de Uganda. A partir daí começa a lenda. Ryan não parou de arrecadar fundos e de viajar por meio mundo buscando apoios. Quando um novo poço, em Angola, estava pronto, o colégio começou uma correspondência com as crianças do colégio que ficava ao lado do poço, na África. Assim Ryan conheceu Akana, um jovem que havia escapado das garras dos exércitos de meninos e que lutava para estudar a cada dia. Sentindo-se cativado por seu novo amigo, Ryan pediu a seus pais para ir vê-lo.
Com um grande esforço econômico, os pais pagaram sua viagem a Uganda e Ryan, em 2000, chegou ao povoado onde havia sido perfurado seu poço. Centenas de meninos dos arredores formavam um corredor e gritavam seu nome. - “Sabem meu nome?”, Ryan perguntou a seu guia. - “Todo mundo que vive 100 quilômetros ao redor sabe”, ele respondeu.

Hoje em dia, Ryan –com 19 anos- tem sua própria fundação e já conseguiu levar mais de 400 poços à África. Encarrega-se também de proporcionar educação e de ensinar aos nativos a cuidar dos poços e da água. Recolhe doações de todo o mundo e estuda para ser engenheiro hidráulico. Assim, Ryan faz a seu modo muito mais do que estes governantes presunçosos (que conhecemos em toda parte) para acabar com a sede na África.

Inspirador... não começa com “era uma vez”, mas é muito mais perfeito do que o mais perfeito dos contos de fada, não é mesmo?
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