É NATAL
NOVAMENTE SOBRE A TERRA...
O Natal se aproxima e, embora muito discretamente, um clima especial vai se formando em torno de
algumas pessoas. Poucas, estas pessoas sentem seus dias ficarem um pouco mais
amorosos e vão vendo sua sensibilidade aumentar, enquanto as lembranças
queridas começam a aflorar aos borbotões. É novamente aquele tempo bonito,
aquele tempo de brilho, vermelho e verde na decoração, de árvores bonitas e de
presentes enfeitados.
E muitos preparam suas
vidas e seus corações para os dias que aí vêm fazendo grandes faxinas físicas e
emocionais, em si e em torno de si, começando a celebrar em seus corações o
nascimento de um ser (um ser real ou fictício, não importa... importa mesmo é o
que essa ideia nos faz sentir!), o nascimento de um ser que encerra, no
hemisfério ocidental, a nossa maior e melhor ideia de amor.
É certo que sabemos que esta
época não é assim tão boa e bela para todos. Afinal, vivemos num mundo
imperfeito e rico em variedade de culturas e costumes, um mundo na verdade meio
enlouquecido, meio torto, um mundo que só segue em frente porque vai equilibrando suas
paranoias, psicopatias e neuroses. E sabemos também que há muitas nuvens
pesadas no céu das nossas emoções nestes dias. Sim, há nuvens escuras a nublar
nosso horizonte, a comprometerem nossa preciosa sensação interior (já tão
frágil!) de segurança, amor e fraternidade.
É que por mais que seja
Natal, a grande festa da luz, nós não podemos nos esquecer das crianças e educadores
que foram brutalmente assassinados dias atrás nos EUA; não conseguimos olvidar
que a violência humana em relação aos animais permanece entre nós e que não
mostra sinais de decrescer; que a guerra suja praticada no Oriente segue em
frente, com as ações monstruosas de Israel, apoiado pelos EUA, penalizando os
civis palestinos; que nossos índios estão sendo massacrados pelo agronegócio e
pela indiferença governamental; que milhares de crianças ainda são
brutalizadas impunemente em muitos lugares e que há milhões de seres humanos
que não têm sequer com o que se alimentar, tudo isso enquanto fazemos nossas compras para
a ceia festiva.
Mas a solução destes probelmas está fora
das nossas mãos, certo? Nada podemos fazer, a não ser assistir aos fatos como
espectadores passivos e impotentes. E assim, vamos assistindo aos caos que nos
cerca chocados, horrorizados, penalizados... e só podemos mesmo é lamentar que
seja assim, que mais há a fazer?
Em meio à frenética
atividade das redes sociais nos últimos dias eu me vi levada de roldão pelas
apaixonadas discussões políticas, pela justa indignação das pessoas com o
descaso dos governantes para com as necessidades do povo, pelos apelos em nome
da ética para que não se compre produtos do Boticário (porque eles apoiam o uso
de peles de animais pelos estilistas da moda) e por tantas outras ideias assim
arrebatadoras. Quase me senti adoecer de tanto que meu coração se entristeceu e
se solidarizou, se revoltou e doeu nestes últimos tempos... houve dias em que
andei triste além da conta mesmo.
Mas é Natal novamente, e a
imagem de um menino iluminado nascendo numa manjedoura, a ideia de um ser
divino e especial ter vindo ao encontro desta humanidade, perdida e desconexa,
para semear a tolerância, o amor e a solidariedade, me enche de esperança e de
novo alento. Talvez não sejamos um caso totalmente perdido, afinal. Talvez não
precisemos torcer para que as profecias que rondam o vinte e um de Dezembro se
realizem. Quem sabe até tenhamos condições de vir a ser uma humanidade
fraterna, justa e ética algum dia, quiçá ainda possamos crer num futuro melhor.
Menino querido da manjedoura,
Jesus, Cristo Planetário, Yeshua... não importa seu nome. Só queremos que você
saiba que alguns de nós compreendemos e reconhecemos a sua luz, e que a
acolhemos dentro dos nossos corações como semente preciosa, fazendo da sagrada
comunhão entre o pouco que ainda somos e o muito que Você é, um caminho para a
nossa iluminação pessoal. FELIZ NATAL!
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