quarta-feira, 24 de julho de 2013

BIZARRICES.


Que o ser humano é ocasionalmente bizarro é uma verdade já consagrada em todo canto. Há os que nos chocam com suas bizarrices, assim como há os que nos encantam e divertem com suas peculiaridades bizarras.

Mas há os que realmente “pulam o Corguinho” quando se trata de perder a noção da normalidade, do bom senso, né não?

Estou sem internet em casa, pois moro numa chácara cercada de morros e árvores altas, o que não permite sequer a boa e velha internet movida à lenha, ou seja, internet à rádio. Enfim, tenho que vir ao cibercafé sempre que preciso acessar a internet e isso tem causado problemas vários, como a minha falta de assiduidade a esta amada coluna.

Outro dia eu estava aqui, sentadinha, mandando material para as aulas de música da escola quando um rapaz novo, descoladésimo, se sentou na cadeira ao meu lado e ligou o skipe (para quem não sabe, é uma programa que permite conversar e ver a pessoa do outro lado, um videofone). Logo conectou-se com outro rapaz tão novo quanto ele e iniciou uma conversa sui generis. Sem preâmbulos nem maiores cerimônias, foi perguntando ao rapaz se ele era passivo ou ativo.

Uau, subitamente o ciber todo parou de teclar para começar a ouvir melhor depois dessa... afinal, não é todo dia que se ouve uma pergunta dessas em público, feita em voz alta e clara.

O cara respondeu algo que não ouvimos, porque é claro que o moço ao meu lado usava um fone de ouvidos, mas deve ter perguntado ao rapazinho de onde ele estava falando. E o moço respondeu candidamente que estava no cibercafé. O outro deve ter se incomodado muito com isso, porque o que estava ao meu lado ficou uns bons cinco minutos perguntando: “O que é que tem?” “Qual o problema?” e argumentando que era tudo absolutamente normal. Ele deve ter tido sucesso com o amigo, porque o discurso original continuou em alto e vibrante tom. Perguntas como “quantos anos ele tem?”, “é ativo ou passivo?”, “ele cobra o programa?” se sucederam e o papo continuou assim por mais ou menos uma hora.

Vejam bem, nada tenho contra a homossexualidade, na verdade tenho amigos muito amados que são homossexuais. O que me fez achar o discurso do moço bizarro não foi o conteúdo da conversa em si, mas a abertura das intimidades dele com estranhos ocasionais que estavam sentados ao lado dele. Isso é algo estranho, bizarro mesmo para mim, pois seria como se todos nós nos puséssemos a falar sobre nossas performances e preferências sexuais para platéias de desconhecidos no meio da rua, o que para mim é algo horrendo.

Sou só eu que acho isso estranho ou tem mais gente que pensa como eu?

Ah, o ser humano, fonte de infinitas surpresas e comportamentos. Neste caso, nada de mais significativo, pois não fez mal algum a ninguém, só deixou alguns meio pasmos e outros tantos chocados. Eu, pessoalmente, me diverti bastante, pois a singularidade da conversa realmente foi hilária.


E assim vamos indo, conhecendo mais e mais a cada dia, aprendendo e ampliando nosso conhecimento do mundo a cada passo. Uma benção isso, não?

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